De repente intervenção federal na segurança do Rio. Assim mesmo caro leitor, decidiram unilateralmente em uma semana como da noite para o dia. Que o Rio de Janeiro vive uma crise não é novidade, pois assim é há tempos. O estranhamento no caso é a atitude extrema e repentina, sendo que até as Forças Armadas foram pegas de surpresa, inclusive o general do Exército Walter Souza Braga Netto, do Comando Militar do Leste. Literalmente um atestado de incompetência assinado pela prefeitura carioca, governo fluminense e federal.
Primeiro é necessário verificar a legalidade do caso. Nesse ponto a Constituição Federal é muito clara nos Artigos 34 e 36 do Capítulo VI, sobretudo no Inciso III do Artigo 34: "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública". A intervenção foi definida conjuntamente entre o governador do estado e o presidente da república; portanto, é um ato legal. Em seguida precisa-se verificar a legitimidade do ato. Neste ponto nem especialistas nem a sociedade foram consultados. Não houve deliberação para traçar um plano de ação factível com metas claras e objetivas. Foi uma decisão tomada pela cúpula federal e comunicada aos demais. Portanto partiu de cima para baixo em um curto espaço de tempo e sem envolver os atores centrais do processo.
Fonte: https://www.notibras.com/site/justica-eleitoral-de-olho-nas-irregularidades-de-cabral-e-pezao/
O caos no Rio de Janeiro, não somente no âmbito da segurança, mas como um todo (saúde, ensino, finanças) não é novidade. Então por que não tomaram tal decisão anteriormente? Por que da pressa agora? Há dúvidas sobre a legitimidade do ato. Que o Rio precisa de ações emergenciais para sanar os problemas é inquestionável. A questão é como está sendo montado tal ato. Os militares já entraram em ação na cidade diversas vezes desde 1992 (Olimpíadas, Copa do Mundo, etc) e não foi observado nenhuma melhora (basta ver como o município ainda está).
Não são apresentados objetivos, métodos, resultados ou mesmo conclusões. Simplesmente jogam as Forças Armadas nos morros e nas ruas para transmitir uma sensação ilusória de segurança. Mas nada de concreto foi feito a curto, médio ou longo prazo. É possível traçar um paralelo-comparativo com a gestão industrial: precisa-se de planejamento para sanar desvios do padrão desejado e isso é feito com um plano de ação definindo atividades ponto-a-ponto para a correção do problema e, posteriormente, prevenção para que o mesmo não se repita. Se a situação só piora ao longo dos anos é sinal de que falta gestão pública de fato.
Por trás do teatro armado pelo excelentíssimo Vampiro Temer há também a questão da imagem: o mesmo não atingiu o grande objetivo de seu governo provisório usurpador de passar a reforma da previdência. Mais: a reforma do teto de gastos impactou diretamente o Rio de Janeiro de forma negativa. Ora, se não há recursos para saúde, ensino e segurança, como estruturar e manter a ordem? Um verdadeiro tiro no pé feito pelo governo federal que agora terá que gastar em dobro para corrigir o erro cometido. Detalhe: o problema de segurança não é pontual, pois está espalhado por todas as partes do Brasil. Um verdadeiro câncer social.
Fonte: http://conteudoms.com/site/ver-conteudo/michel-temer-sera-vampiro-no-carnaval-do-rio-de-janeiro
Vampiro Temer tenta salvar o seu governo catastrófico tentando limpar a sua imagem. O mesmo quer sair nos livros de história como um presidente reformista, que gerou empregos, contornou a crise político-econômica e que restabeleceu a ordem nacional. Sabemos que ele está muito longe disso, não obtendo êxito em suas propostas. Quem paga as consequências desses atos de corrupção e má gestão é o povo brasileiro. Temer e companhia do MDB (ou PMDB se preferir) são citados em diversos processos de desvio de verba pública. Basta ver o que o partido fez no Rio de Janeiro ao longo dos anos e o que está fazendo com o país. Por outro lado, não podemos esquecer que os mesmos foram eleitos. Logo, a sociedade (nós eleitores) tem sua parcela de culpa sim.
Exército, Marinha e Aeronáutica são treinados para matar. Sinceramente torço pelo sucesso das Forças Armadas e pela solução da violência, mas não creio que seja o caso de trocar seis por meia dúzia como está sendo feito. É bem verdade que há diversas denúncias de corrupção na polícia carioca e nesse aspecto é possível que haja uma melhora. É necessário investimento e planejamento, não simplesmente agir. Dinheiro público para comprar o voto dos congressistas para não sofrer impeachment o governo federal tinha. Dinheiro público para viajar para a Europa o governo estadual tinha. Pena que tenha sobrado muito pouco para o que realmente importa. Quem paga caro leitor...quem paga?
Em 2017 foram 134 policiais militares assassinados no Rio de Janeiro. Só neste ano já foram 4 crianças mortas nas comunidades cariocas devido a "balas perdidas". Isso sem contar a ascensão do crime organizado por todo o território nacional, como, por exemplo, Ceará, Amazonas, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, São Paulo. Se formos partir do mesmo raciocínio então haveria uma intervenção militar total no Brasil. Repito o que sempre afirmo neste blog: a falha é estrutural e sistêmica! Enquanto o poder continuar sendo cargo para ganho pessoal sem punição e a sociedade aceitar passivamente tal situação nada mudará. Na coleira da elite e de joelhos: essa é a situação do povo brasileiro. Reféns dos traidores. Eles não merecem o título de políticos, mas de ladrões.