Não adianta relutar, pois está em todos os lugares. Fake news: notícias falsas que se propagam cada vez mais por meio da utilização de diferentes tipos de mídias sociais. Em questão de segundos a sementinha da discórdia pode infectar milhares de aparelhos eletrônicos (celulares, computadores, televisores, etc.) e mentes. Entretanto, se são falsas então não são notícias. Trata-se de um processo de desinformação que apresenta o padrão de tomar o papel de protagonista em períodos eleitorais. Tal questão se agrava em ambientes de polarização política e crises, sejam econômicas ou migratórias.
A internet é o principal caminho pelo qual percorrem as chamadas fake news. Com a ampliação do acesso à tecnologia e também devido aos avanços promovidos pela quarta revolução industrial que se inicia, uma simples matéria especulativa ou reportagem tendenciosa pode repercutir no país inteiro. O movimento é simples: as pessoas que compartilham da mesma visão de mundo abordada em tal "notícia" iniciam o processo de promoção e divulgação da mesma, geralmente sem qualquer critério mínimo de análise quanto a veracidade. Basta um click e pronto: está feita a disseminação de uma mentira.
Fonte: https://leonardoconcon.com.br/cidade/geral/opiniao/nao-as-noticias-falsas/
As etapas seguintes são mais complexas e perigosas, pois apesar do compartilhamento ser rápido e fácil, tal ato é capaz de gerar um movimento em cadeia fazendo com que inverdades se transformem em falsas verdades, ultrapassando assim o limite virtual para a realidade. Essa infestação pode ser danosa, assim como a contaminação de uma praga na plantação. Por vezes os debates se transformam em disputa por poder, brigas ideológicas sem qualquer base intelectual podendo chegar às vias de fato. Passa a ser a luta entre o "nós contra eles", aonde os envolvidos buscam a verdade absoluta sendo que nem a vida ou as ciências (conhecimentos comprovados com base em metodologias teóricas e empíricas) são capazes de trazer respostas definitivas e verdades supremas eternas.
Além da eventual anomia que a propagação de fake news pode causar, há também o risco de culpar inocentes, de julgar antes do julgamento jurídico, sem provas, sem direito à ampla defesa. Risco de caluniar grupos de forma incorreta e indevida, pode prejudicar famílias inteiras, acabar com a carreira de profissionais, difamar o próximo denegrindo sua imagem sem dó nem piedade, pode enganar uma população inteira por meio de mitos, mesmo não se tratando de fatos. A comodidade da internet torna-se um risco em si quando não se sabe utilizá-la. Mesmo em grandes corporações jornalísticas não há imparcialidade; portanto, necessita-se de discernimento e bom-senso ao ler determinada reportagem, pois nem sempre o que convém é o que realmente acontece.
Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/02/mentiras-e-boatos-especialistas-apontam-os-riscos-do-compartilhamento-de-noticias-falsas
A dimensão e o peso de tal neologismo inglês rompe fronteiras transformando-se em um problema global. É o uso com fins desviantes da tecnologia refletindo a dualidade inerente da psique humana (a luta entre o bem e o mal). Mais do que isso, o processo de desinformação é crime, visa atingir as massas, criar agitação, separar ao invés de unir. O debate é válido e bem-vindo; porém, a busca incessante para se ter razão independente dos fatos é pura ignorância. A nomenclatura em si está incorreta, pois não se trata de notícias, mas de desejos absolutistas em se estar certo e comprovar isso por meio de compartilhamento, mesmo que não sejam fatos.
Há um fetiche oculto a ser satisfeito, independente de meios ou fins. Se não for para a afirmação própria de um pensamento ou posicionamento sobre determinado tema, então é para a obtenção de lucro, pois existem aqueles que divulgam e compartilham fake news cientes das inverdades em seu conteúdo, mas o fazem para conseguirem várias visualizações, curtidas e compartilhamentos para assim aumentarem o próprio faturamento, independente de questões morais. A participação está no emissor e também no receptor que se deixa levar sem investigar.
Fonte: https://www.significados.com.br/fake-news/
Os produtores elaboram as mentiras conscientemente apelando para o emocional e para a ingenuidade dos membros de determinado grupo que se identificam com a matéria. A intensificação do fenômeno é consequência da própria demagogia política que passa ao público dados incorretos propositalmente ou mesmo abusam de mentiras em campanhas na tentativa de cooptar o maior número de cidadãos desinformados. Quem não se lembra da baixaria que foi a última eleição presidencial para o cargo de presidente, protagonizado sobretudo no segundo turno pelos então candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff? Quatro anos se passaram e cá estamos novamente.
Não se iluda caro leitor, a ceninha dos candidatos na corrida eleitoral já começou. A questão é quem vai mentir menos e formular uma agenda de governo coerente e factível. Enquanto isso, cabe às pessoas serem críticas no repasse de informações, duvidar, pois o ceticismo é fundamental na busca por fatos. É preciso levar em consideração a legitimidade da fonte, a credibilidade do autor, a coerência do conteúdo e se tal notícia possui algum tipo de comprovação. É como diz o ditado popular: quem conta um conto aumenta o ponto. Precisa-se verificar até qual ponto é verídico ou se é fruto da criação de mal-intencionados na manipulação da informação.