Por definição, o vampiro é uma figura que se mantém alimentando-se da vitalidade das outras criaturas por meio do sangue. Sobre diferentes aspectos (tanto físico presente no imaginário popular quanto no âmbito político-social) é inevitável a comparação entre o atual líder do poder executivo e tal ser mitológico. Com o término de 2018 encerra-se também o mandato do então presidente. Portanto, trata-se de um momento oportuno para refletir os fatos e analisá-los tendo o cuidado de não cometer o crime de anacronismo. Afinal, há o que temer?
O governo de Michel Temer teve início em maio de 2016 devido ao processo de impedimento aberto por Eduardo Cunha e aceito pelas duas casas do "exemplar" Congresso Nacional contra a então presidenta eleita em 2014. O novo presidente assumiu o cargo em meio a uma crise econômica do governo no qual o mesmo já fazia parte, prometendo amplas mudanças por meio de reformas para atingir o tão almejado crescimento financeiro. Como bem se sabe, muitas reformas vieram, mas o sucesso esperado não chegou.
Fonte: http://www.tribunadainternet.com.br/por-que-michel-temer-nao-emplacou-como-presidente-da-republica/
Antes mesmo de assumir o trono principal do governo brasileiro, Temer já havia mostrado descontentamento com a chapa da qual fazia parte chegando inclusive a escrever uma carta demonstrando insatisfação e indicando uma ruptura futura. As motivações para tal desabafo possuem origens nas manifestações populares de junho de 2013 (que de certa forma marcam o início da crise econômica e política), a operação Lava Jato (iniciada em março de 2014) e a insatisfação partidária da classe política em 2015 com a manutenção do PT (Partido dos Trabalhadores) por mais um mandato após a reeleição de Dilma. Como é possível notar, Michel reagiu aos fatos que acuavam o governo.
O vice virou presidente em mais um clássico da política real repleta de conspirações e traições. A típica puxada de tapete do até então aliado, fogo amigo intencionalmente letal. A promessa era a salvação republicana do Brasil, o eterno país do futuro. Novamente um novo estelionato eleitoral foi cometido, repetindo a baixaria protagonizada por Aécio e Dilma no ano anterior. Prometeu uma agenda reformista dentro dos moldes do velho neoliberalismo conservador brasileiro, reforçando o antagonismo entre os conceitos. Isso posto, o resultado já era previsível e cá estamos constatando os fatos. Não se trata de torcer contra ou pelo pior, mas sim a constatação de padrões que se repetem.
Fonte: https://epocanegocios.globo.com/Empresa/noticia/2017/06/michel-temer-vira-vampiro-em-jogo-de-zumbis.html
O vampiro limitou os gastos com educação e saúde (pilares fundamentais até mesmo para uma suposta agenda neoliberal), retirou direitos de trabalhadores, reformou o ensino com uma proposta vazia, pois ao invés de acrescentar qualidade e quantidade para o estudante brasileiro, o mesmo compactou o sistema educacional. O que o vampiro não contava é que sua máscara cairia em pouco tempo. Por meio de denúncias da Lava Jato foi comprovado que Temer e seu partido estavam tirando do país, manchando assim o "belo exemplo" da alta cúpula que usurpou o poder com o discurso de colocar a casa em ordem. O PMDB inclusive mudou de nome, tirando o "P" de partido na tentativa de iludir os cidadãos em uma falsa limpeza, passando a se chamar MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Apenas palavras ao vento.
Uma gravação na calada da noite entre Joesley Batista (um dos donos do grupo JBS) e Michel Temer veio a público e desmoronou o país. Chamada também de delação do fim do mundo, ali se comprovou a ampla participação entre políticos e empresários em casos de corrupção. Ou seja, o problema em questão é sistêmico, não se restringindo apenas a um indivíduo ou partido.
Após o escândalo nacional, o governo vampiresco vem lutando apenas para se manter no poder e sobreviver com o pouco que resta. Foram dois pedidos de impedimento de Temer que só não passaram pelo Congresso porque o mesmo molhou a mão dos parlamentares por meio de verbas públicas, ultrapassando a casa dos bilhões de reais. Pois é caro leitor, a compra de votos tão caraterístico dos primórdios coronelistas do país continua nos gabinetes, seja de forma disfarçada ou explícita.
Após o escândalo nacional, o governo vampiresco vem lutando apenas para se manter no poder e sobreviver com o pouco que resta. Foram dois pedidos de impedimento de Temer que só não passaram pelo Congresso porque o mesmo molhou a mão dos parlamentares por meio de verbas públicas, ultrapassando a casa dos bilhões de reais. Pois é caro leitor, a compra de votos tão caraterístico dos primórdios coronelistas do país continua nos gabinetes, seja de forma disfarçada ou explícita.
Fonte: https://www.gazetaonline.com.br/noticias/politica/2018/04/pmdb-ou-mdb-ate-liderancas-estao-confusas-com-a-alteracao-1014127737.html
Sem moral ou estima para continuar a agenda reformista cujo objetivo principal era sugar o sangue do cidadão brasileiro, o governo não conseguiu concluir as propostas assumidas, como a reforma da previdência. Na verdade, foi um grande erro de cálculo, pois com a manutenção de Dilma e do PT no poder o desgaste seria tão grande que os mesmos não teriam a força que tiveram nas eleições de 2018.
O que Temer fez foi acentuar desnecessariamente a crise, jogando o país para uma polarização extremada. Além disso, o governo vampiresco atingiu o maior índice de rejeição com apenas 5% de aprovação da população. O tiro saiu pela culatra e o MDB perdeu parte de sua relevância nacional. No futuro descobriremos o quão curta é a memória do eleitor brasileiro.
Para não cometer injustiça, não se pode colocar na conta de Temer polêmicas recentes que representam um atraso para o país, todas oriundas do governo de transição de Bolsonaro que ainda nem assumiu e já causa mal-estar internacional como o ocorrido com a França sobre questões climáticas, Palestina sobre a mudança da embaixada brasileira (impactando a relação com outros países árabes), China e Cuba por questões puramente ideológicas contrárias.
Para não cometer injustiça, não se pode colocar na conta de Temer polêmicas recentes que representam um atraso para o país, todas oriundas do governo de transição de Bolsonaro que ainda nem assumiu e já causa mal-estar internacional como o ocorrido com a França sobre questões climáticas, Palestina sobre a mudança da embaixada brasileira (impactando a relação com outros países árabes), China e Cuba por questões puramente ideológicas contrárias.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=7wdZWlkhA10
A greve dos caminhoneiros foi o estopim para enterrar o governo e a economia. Sem renda não há consumo. Sem consumo o sistema permanece na UTI (Terapia Intensiva). Os panelaços em prol da ascensão de Temer cessaram, ficou apenas o constrangimento. O atual governo sairá pela porta dos fundos e agora, sem o foro privilegiado, muitos dos que fizeram parte da equipe terão que enfrentar a justiça. Afinal, o partido tem uma longa tradição nesse aspecto, sobretudo a ala carioca. Basta ver os casos de Pezão e Sérgio Cabral que afundaram a cidade maravilhosa. Eles conseguiram piorar o que já estava ruim desviando o dinheiro público para os próprios bolsos.
Como se não bastasse a própria incompetência, o governo vem utilizando como desculpa a greve dos caminhoneiros para tentar explicar os resultados insatisfatórios. A habilidade que os membros tiveram para negociar o afastamento dos pedidos de impedimento com os parlamentares não se repetiu para elaborar pontes de diálogos com a classe trabalhadora, sobretudo com os caminhoneiros. Fora a denúncia que paira sobre Temer referente à questão de envolvimento ilícito com empresas do Porto de Santos.
O resultado de políticas oligárquicas é o aumento da pobreza no país, queda na qualidade de vida, manutenção do alto número de desempregados e um abismo na clivagem social. O vampiro que foi presidente do partido, presidente da Câmara e presidente do país pode agora perder o trono e se tornar presidiário. Aquele que se autodeclarava o símbolo da democracia instaurou um estado de anomia no país abrindo portas para um futuro incerto.
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