Você é o reflexo do meio em que vive. Meio ambiente, meio familiar, meio social, meio político. Nessa sociedade líquida (conforme diria Zygmunt Bauman), em que pouco se solidifica e muito se evapora, a exigência que se faz aos cidadãos é de atenção frequente ou morte intelectual certa. Todo dia há uma nova atualização, um último lançamento tecnológico, um avanço científico. Todo dia há uma nova omissão, manipulação de dados, um novo disfarce. É preciso cuidado para que o usuário do sistema não se torne refém do mesmo.
Você é o reflexo do meio em que vive. No meio da rua, meio doce, meio amargo. A pós-modernidade não é uma mera imitação espelhada da modernidade; pois, além das continuações convergentes, há diferenças cronológicas e contrastes, de nitidez e intensidade, quanto aos aspectos que caracterizam cada período. Mesmo se pensarmos em uma "linha crescente evolutiva" da espécie humana, a história mostra um oceano humano repleto de idas e vindas. Entender tal processo é fundamental para não se afogar.
Fonte: http://www.direitoevirtual.com.br/2014/12/tempos-liquidos-fluidez-das-relacoes20.html
No âmbito meramente temporal, alguns estudiosos caracterizam a modernidade como sucessora do período medieval. Por se tratar de uma afirmação vaga, é possível datar as raízes da modernidade no século XIV com o Renascimento ocasionando um princípio de ruptura no status quo vigente até então; consolidação nos séculos XVII e XVIII com o Iluminismo, Revolução Industrial e Revolução Francesa; e término no século XX após o início da Guerra Fria. Há controversas quanto à datação exata, mas este texto busca uma reflexão em linhas gerais, sem a pretensão de adentrar em tal discussão teórico-científica. Foco nos acontecimentos.
Se a modernidade foi caracterizada por exclamação e esperança, a pós-modernidade (ou contemporaneidade se preferir) tem sido marcada por desconfiança, receio, interrogações e reticências. Se antes houve êxodo rural, urbanização, industrialização e patrimonialismo na vida pública, hoje as questões são imigração, controle da informação, robotização e burocracia estatal. Se antes o Estado era forte e independente, hoje o mesmo encontra-se enfraquecido, dependente e submisso.
O pensamento passou de linear para fragmentos. Do plano coletivo passou-se ao individualismo. A manufatura transformou-se em especulação imobiliária e financeira. A hierarquia virou extremo: ou falta ou excesso de autoridade. A nova forma de sociabilidade se resume em consumismo e globalização. Uma estranha liberdade vigiada de fronteiras fechadas e ausência de privacidade. A espionagem (seja comercial ou militar) continua atual, assim como os conceitos de rebanho e massa, só que agora cada vez mais virtual (para o bem e para o mal).
Fonte: http://encenasaudemental.net/comportamento/insight/sustentabilidade-liquida-na-contemporaneidade/
Você é o reflexo do meio em que vive. Copo meio cheio ou meio vazio? Por fim, um último conceito a se pensar nesta breve reflexão do sociólogo Ulrich Beck: "se o capitalismo global romper a relação histórica entre sociedade e trabalho, o vínculo entre democracia e Estado de bem-estar social também será rompida". Não à toa os indicadores de qualidade de vida, como o IDH, estão, de um modo geral, estagnados nos últimos anos, sobretudo no caso brasileiro. Talvez a palavra desse início de século, início de milênio e início de ano seja reinventar. Afinal, um ciclo se inicia quando outro período termina e por mais sombrio que pareça, historicamente, após a era das trevas veio o renascimento e a luz.
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