quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Reflexão sobre o ano que passou e o que virá

Vergonha. Talvez seja pouco para representar a insatisfação social para com os três poderes do Brasil. A virtude política que deveria ser símbolo de um país republicano segundo Montesquieu se afoga em um mar de desvios, corrupção e perda de direitos. Outro ano que entra para a estatística de um período politicamente perdido, mas não deve ser esquecido como muitos desejam; pelo contrário, os erros devem ser assimilados e corrigidos. A descrença no establishment só aumenta e neste ano de 2017 atingiu em cheio o poder judiciário, ruindo assim as bases da tripartição dos poderes. E para 2018? Se não mudar o sistema não haverá nada de novo, apenas mais do mesmo.

Corrupção. Talvez a palavra do ano no dicionário nacional. Vale aqui destacar os avanços e vitórias conquistadas pela Operação Lava Jato. A novidade, se compararmos com o ano passado, é a forte ofensiva da classe política contra a chamada judicialização. Assim como na física, há uma força equivalente no sentido contrário ocasionando a politização do judiciário. Mas se por um lado os políticos estão se unindo para combater a "ameaça da limpeza", do outro lado há um fragmentação entre as instituições. Tal sintoma torna-se explícito entre Polícia Federal, Ministério Público e STF. 

Afinal, se alguém manda prender um corrupto basta acionar o Gilmar Mendes que o mesmo prontamente entra em ação para soltar. A dualidade por si só divide as pessoas. Foi assim no início do cristianismo onde foram travadas violentas batalhas entre os que acreditavam na divindade de nascença de Jesus e aqueles que defendiam que Jesus nasceu homem e se tornou divino após receber o Espírito Santo. A dualidade é inerente da humanidade, mas não traz benefícios quando extremada. O ponto do equilíbrio se perde quando não há mais deliberação.

Mais de dois mil anos se passaram e a questão entre judeus e muçulmanos permanece, não só no âmbito de crenças religiosas, mas também no âmbito político. De um lado Israel, do outro a Palestina; de um lado Trump, do outro Putin; de um lado a esquerda, do outro a direita; de um lado o Oriente, do outro o Ocidente. A unidade de pensamento de massa e a dualidade conflitante exacerbada se misturam com a intolerância. Basta ver a elevação de casos de racismo e preconceito. O outro é posto como errado e, consequentemente, como inimigo. O ideal seria o caminho do meio, conforme Aristóteles. A verdade absoluta não existe e sua imposição termina qualquer forma de diálogo. Acreditar somente na própria razão é excluir um oceano inteiro de possibilidades, horizontes e argumentos.

Fonte: http://www.poemasefrases.com.br/2014/03/eleicao-no-brasil-giano-guimaraes-cordel.html

Voltando para a reflexão interna, o problema do Brasil é sistêmico. Independentemente de partidos, cores, bandeira ou candidatos. O desvio da coisa pública é tão antigo que já não causa espanto do cidadão (o que só favorece a permanência daqueles que estão no poder). Fazendo um recorte temporal, desde a redemocratização brasileira há crise sobre crise e a raiz da mesma é política. A morte de Tancredo foi só o início de um novo velho ciclo que já vinha errado desde os tempos anteriores. Collor, FHC, Lula, Dilma até chegar no Temer: a corrupção é crescente, pois já está incorporada na prática. O problema não é um ou o outro, mas o jogo que é jogado cujas regras são ditadas por quem paga mais ao invés de representar o bem da população. 

Assim sendo, afirmo categoricamente que independentemente de quem ocupe o trono presidencial, a sangria de gastos públicos, má gestão e corrupção continuará. A grande diferença é que no governo Dilma houve uma exposição de tais práticas ao mesmo passo em que a mesma perdeu capital político ao não comprar as pessoas certas para se manter no poder e conter a sangria (como fizera FHC, Lula e Temer). Resultado: impeachment (assim como Collor). Mas basta parar e pensar: começou com um Elba e congelamento da poupança de Collor, passou pelas propinas de FHC, houve um abafamento do Mensalão por Lula, as pedaladas da Dilma até chegar ao caso JBS e compra de parlamentares pelo excelentíssimo presidente Michel Rato Temer. Assim o mesmo manteve os privilégios dos amigos políticos e empresários que se sentiam ameaçados com a crescente das denúncias. A justiça pode ser cega, mas não é muda. As delações estão aí para provar.

Sobre as reformas já falei demais sobre o tema neste ano. Basta ressaltar um dado que veio à tona nesse semana: Brasil fecha novembro com 12,3 mil vagas de emprego a menos, indo contra o que fora divulgado pelos defensores da reforma trabalhista. Ou seja, ao invés de aumentar os postos de trabalhos com a perda de direitos ocorreu exatamente o inverso. Mas mesmo assim o governo e os economistas avaliam 2017 como um ano bom. É dinheiro na mala, apartamento repleto de notas, desmatamento acelerado. Realmente, foi um ano bom para os poucos afortunados que compõem a elite brasileira. Se trabalho é sinônimo de dignidade, então o povo brasileiro está perdido. 

Fonte: https://ciberia.com.br/dinheiro-achado-em-imovel-que-seria-usado-por-geddel-da-mais-de-r-51-milhoes-24665

A política é feita de seres humanos e por esse motivo os eleitores devem parar de querer achar heróis e vilões. Muitos idolatram o governo FHC; Doria inclusive comentou que o governo de Fernando Henrique Cardoso foi o único descente do Brasil nos tempos recentes. Mas o fato das acusações contra FHC estarem prescritas (devido ao gap temporal que se passou até que as denúncias fossem feitas) não significa que o mesmo seja santo. Basta acessar o site da UOL de hoje e você caro leitor encontrará a seguinte notícia: "Estaleiro diz que subornou Petrobras em R$300 mil durante governo FHC em 2001 e 2002". E depois querem fazer uma seleção de poucos para queimar na fogueira. É necessário ter discernimento para interpretar os fatos e entender o contexto histórico, mesmo nas entrelinhas.

Maluf na cadeia é mais uma prova viva que não existem heróis, pois se fossem outros teriam feito o mesmo. A grande questão é o sistema capitalista consumista vigente. Não podemos aceitar alguém que rouba. Dessa forma lanço as bases para o ano eleitoral de 2018: não precisa ser um profeta, nem o melhor ser humano do mundo; para colocar o país nos trilhos basta fazer o básico, cumprir o que prometer, equilibrar receitas e despesas, punir os desvios, apontar os erros e criar planos de ações para obter êxito. Não precisamos dos mesmos partidos ou de velhos caciques, basta alguém que faça a coisa certa, sem obras faraônicas ou dívidas exorbitantes. Basta fazer o agora pensando no futuro do país e não na reeleição. 

A mudança nas regras altera o jogo. Ou seja, somente a mudança no modo de ver e avaliar o Estado e a sociedade é que fará com que a política atinja o objetivo de atender às necessidades essenciais dos cidadãos. Enquanto isso não acontecer, o ano que virá será apenas um reflexo do ano anterior cujo espelho já apresenta trincas e desgaste do tempo. Nem tudo está perdido, mas não há muito o que de fato comemorar. Em todo caso, desejo boas festas e que as coisas realmente melhorem para todos, tanto em pensamento quanto em atos!

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Reflexão sobre a correria dos últimos dias

Mais um ano chegando ao fim. Ou seria o contrário? Aquela correria dos últimos dias, peso de um ano inteiro que se acumula até escrever cada história. Ou seria estória? E assim dias tornam-se meses, meses constroem anos e questões filosóficas permanecem no centro do ser. Em busca de respostas. Quando, onde, por quê? Um calor insuportável logo após horas de chuva. Fé e sabedoria misturam-se tentando encontrar uma resposta plausível. Mas o segredo está nas perguntas certas.

Os quadros nas paredes que há semanas não olhamos. O despertador que insiste em tocar todos os dias. É a conta para pagar, o carro para arrumar, o gato para alimentar, as crianças para buscar, os presentes para comprar. A pressão continua lá, ali, dentro. É essa gravidade que nos mantém presos, é a vontade de voar para longe, para uma ilha pequena e isolada, talvez a Islândia. Por aqui na Terra a rotina continua: é a ameaça de uma nova guerra, mais um político envolvido em corrupção, a distância separando famílias, o dinheiro corrompendo pessoas. Um breve momento de respiro, talvez a fumaça de um cigarro porque no fim tudo são cinzas. 

Menos um ano. Ou seria o contrário? A maré continua subindo enquanto a natureza vai acabando. Uma breve oração antes de dormir para acalentar o coração. E quantas pessoas especiais se foram? A saudade seria uma dádiva ou um crime? E assim os carros seguem o fluxo, sem enxergar as crianças embaixo do viaduto. De qualquer modo estamos flutuando no espaço, cada um com sua própria cruz, mas não adianta ficar esperando milagres caírem do céu todos os dias. Ainda há vida para se admirar, sentir a brisa do litoral, ver o movimento das ondas lentamente, assim como na infância. 

Jogar conversa fora sem se preocupar com o tempo, analisar o formato das nuvens, doce lembrança em pequenas doses de nostalgia. As pessoas se vão, logo será a nossa geração. Sombras nos cantos do quarto, mas continuamos aqui, continuamos vivos. No final das contas o resultado conclusivo é o mesmo de Sócrates há milênios atrás: só sei que nada sei. A ignorância é o caminho da felicidade, pois quanto mais eu aprendo, mais me sinto acorrentado. Uma noite longa, um sonho perdido. Talvez seja apenas o pesadelo da realidade. Logo passa...

É o filme que eu ainda não vi, a música que você ainda não escutou. Então essa é a hora. Então vá e viva. Se recordar é viver, então é preciso agir para ter o que guardar. Um poema sobre a sua trajetória. Estou tão cansado das grades que a criminalidade nos impõe. Estou tão cansado dos muros que as pessoas constroem. Eu continuo no meu canto, vivendo a vida simplesmente. Essa ostentação alheia que ofusca a visão não nos faz bem, onde os contos desenhados em páginas da internet não refletem os fatos.

Reflexo. O que você vê no espelho? Reflexão. Um momento de pausa diante da agitação das festas. Já posso ouvir o sino do bom velhinho chegando, pena que muitos passarão em branco. Isso não é questão de cor, mas sobre ser humano. Há tantas descobertas lá fora para além das nossas fronteiras errôneas, mas continuamos traçando linhas divisórias. E se o sonho é utópico, pois que seja um longo e lindo sonho até que se torne realidade, vivido pelos outros e depois, e depois. Uma dica de leitura para essa época seria O Mundo de Sofia: "as pessoas se ocupam com coisas pequenas e ordinárias".

E assim segue a humanidade, esquecendo-se de quem é, seguindo sem ter onde chegar. Talvez os verdadeiros sábios sejam os antigos, é preciso tempo para pensar e ter sentido. Não basta acreditar, tem que agir. Uma flor cheia de espinhos na lama. Um tempo necessário para se distanciar e viver sem se importar com o amanhã, nem que seja por poucas horas. A correria dos últimos dias cansa, resta saber se dói o corpo ou a alma. Esforço e coragem para seguir com a convicção de que o caminho é a salvação sem ter a certeza do que virá quando chegarmos. Seguir, mesmo que os obstáculos persistam. Seguir, sem nada no bolso, mas com muito na mente e na alma. Seguir para ser e sentir, pois o coração ainda vale mais do que qualquer cédula ou cartão monetário. O tempo voa...

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/fantasmas_do_final_de_ano.html

Para finalizar segue a tradução de uma das melhores bandas nacionais deste século XXI. Creio que a letra desta canção resuma os sentimentos de muitos no final de mais um ano:

Diga
Você vê o calor que vem em ondas
Você pensou que iria durar uma noite
Com certeza é uma puta vida

Leve
Tudo o que você pode segurar nas mãos
E talvez você possa usar a sua velha faca
Tenha certeza de que você a revestiu de prata antes

Hey
Lembra de quando eu desapareci?
O gosto para esse preto e branco
Antes que um sorriso perdido voe
As fotos que eu guardei
Um filme que não lembro o nome
Algumas sombras no canto lateral
Um crime aterrorizante

Jogue
A festa que você viu na velha "nova onda"
E talvez você não possa tentar chamar Godard
Mas diga-lhe que é necessário um pouco de sangue

Fale
Você vê o calor e ódio queimando
O barulho e o silêncio divididos
Tremendo da sua cabeça aos dedos do pé

Hey
Lembra de quando eu desapareci?
O gosto para esse preto e branco
Antes que um sorriso perdido voe
As fotos que eu guardei
Um filme que não lembro o nome
Algumas sombras no canto lateral
Um crime aterrorizante

Say (Agridoce)


sábado, 9 de dezembro de 2017

Reflexão sobre PIB e IDH

Recentemente o IBGE divulgou dados nacionais que salientam a desigualdade social há tanto comentada neste canal: 1% da população brasileira ganha 36 vezes mais do que 50% da população. Traduzindo tal percentual, seria o equivalente a dizer que cerca de 889 mil pessoas ganham mensalmente R$27.085,00; enquanto que metade da população brasileira ganha por volta de R$747,00 por mês. 

Ou seja, metade da população ganha menos de 1 salário mínimo (que já não é grande coisa). Muitos destes atuando na informalidade para sobreviver. Há algo de errado muito além da superficialidade dos números, enraizado na mentalidade e estrutura social e estatal. O intuito deste post é refletir sobre os indicadores utilizados pelos gestores públicos para avaliar o crescimento e desenvolvimento de uma região.

Enquanto isso, o governo corrupto de Michel Temer celebra a melhora da economia com a "grande" elevação de 0,1%, gastando milhões em propaganda para difundir a ideia de que sua gestão é responsável pela "retomada do crescimento econômico". Calma caro leitor, não vamos nos deixar iludir por meras estratégias de marketing. Dizem que uma mentira contada repetidas vezes torna-se verdade e é contra essa manipulação midiática das massas que devemos lutar.

Quando o assunto é economia no quesito de políticas públicas, muito fala-se em PIB, utilizando-se de indicadores para demonstrarem dados referentes ao tema. Mas por que desse fetiche para com o PIB? Ele realmente representa desenvolvimento econômico e social? A resposta é não. O Produto Interno Bruto representa a soma (monetária) dos bens e serviços produzidos em uma determinada região (no Brasil aplica-se geralmente para entidades federativas - municípios, estados e país) por um determinado período (geralmente um ano, mas pode ser bimestral, semestral, etc). 

Previsão da ONU para o PIB de 2017 (Foto: Arte/G1)
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/onu-piora-projecao-do-pib-brasileiro-e-preve-alta-de-01-para-2017.ghtml

Portanto, o PIB é utilizado para aferir pura e simplesmente o crescimento econômico, resumindo-se a um processo quantitativo. É um balanço comercial que não representa a distribuição dos recursos ou mesmo um avanço na sociedade. Ou seja, dizer que o PIB cresceu X% ou que houve um superávit (resultado positivo a partir da diferença entre receitas e despesas) não significa dizer que houve uma evolução humana. O PIB é uma medida de controle econômico cujo resultado positivo agrada muito a governantes, economistas e empresários; entretanto, a aplicação desse saldo azul pouco reverte-se para a população por meio de distribuição de renda, qualidade de vida ou mesmo geração de emprego.

Fonte: https://www.weforum.org/es/agenda/2017/01/el-mapa-del-crecimiento-del-pib-en-2017

Nota-se claramente que os administradores da política brasileira possuem um foco limitado referente ao avanço da região, restringindo-se ao viés econômico. Daí surge a grande relação entre as crises econômicas e políticas no país, reforçadas pelo sistema capitalista vigente e tendo como consequência o fetiche pela obtenção e manutenção do poder via nepotismo, clientelismo e corrupção. Uma alternativa para a construção e avaliação de políticas públicas seria por meio do IDH. 

O Índice de Desenvolvimento Humano é utilizado para aferir a qualidade de vida de um modo amplo e complexo, por meio da comparação de diferentes medidas como longevidade (expectativa de vida, saúde, salubridade, mortes precoces), índices de ensino (taxa de alfabetização e escolarização) e renda per capita (PIB por pessoa e poder de compra). Ou seja, o IDH não visa unicamente o crescimento econômico, mas também o bem-estar social e a melhoria de vida das pessoas. Por meio de fórmulas matemáticas, este representa uma amostra mais realista da sociedade em questão utilizando-se de métodos qualitativos. Obviamente que podem ser inseridos outros dados para um mapeamento mais amplo e com maior precisão, como por exemplo índices ecológicos (florestamento e desmatamento) e taxas mais específicas com relação à segurança/violência (índice de presos, roubos, furtos, etc). 

Resultado de imagem para idh 2017
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/em-79-lugar-brasil-estaciona-no-ranking-de-desenvolvimento-humano-da-onu.ghtml

O ranking do IDH é tabulado com valores que variam de 0 a 1 onde quanto mais próximo de um, mais desenvolvido é o país. Neste momento nota-se uma disparidade referente aos dados específico do Brasil: (a) IDH - 0,754, ocupando o 79º lugar no ranking da ONU (2017); (b) PIB - 3135, ocupando o 7º lugar conforme ranking abaixo (2016).

Fonte: PwC
Fonte: http://www.portalnovarejo.com.br/2017/02/07/brasil-deve-ser-5a-maior-economia-do-mundo/

Os dados apresentados aqui servem de alerta em um período tão ofensivo das elites brasileiras com relação ao retrocesso de direitos e reformas agressivas. Muito falou-se pela equipe econômica do governo Temer e defensores do mesmo, durante o período da reforma trabalhista, que só pelo fato de sua eventual aprovação no Congresso resultaria em um aumento imediato em empregos. Pois bem, tal reforma foi aprovada, a lei já entrou em vigor e o boom de vagas anunciado pelos "especialistas econômicos" não se concretizou. A elevação na contratação deve-se ao período festivo de final de ano e a grande maioria representa vagas temporárias. O desemprego recuou por este fator e também pelo aumento nas ocupações informais. 

Agora o mesmo tipo de argumentação recai sobre a previdência, gastando-se bilhões em propaganda e na compra de parlamentares. Ora, ao invés de gastar tanto objetivando retirar direitos dos trabalhadores seria melhor o governo e seus defensores preocuparem-se em gastar menos e melhor os recursos que nós, cidadãos, pagamos. O dinheiro público não é para ser gasto em regalias, mas sim para ser retribuído em serviços de qualidade para a sociedade. Sendo assim, é possível concluir que o IDH é uma melhor aferição social e estatal do que o PIB, pois melhor representa a realidade.

Abre os olhos Brasil!!!!