Nos primórdios da humanidade o nomadismo (aquele que não tem habitação fixa e que vive em constante mudança) era uma condição comum. Mudava-se em busca de terras férteis, comida farta, clima favorável para a sobrevivência. Com o aperfeiçoamento das técnicas de plantio, extrativismo, coleta de alimento, invenção da propriedade privada e progressiva ascensão da tecnologia, o ser humano passou a se fixar em um local determinado, sem a necessidade de constantes deslocamentos. Entretanto, as pessoas continuam mudando, por vezes para obter um salto na formação acadêmica, noutras para fugir da fome e do frio. Mas, ao contrário da liberdade de fluxo de outrora, agora as portas insistem em se fechar, assim como as fronteiras (linhas imaginárias que separam fisicamente os povos ao invés de uni-los).
Segundo o site Significados pode-se definir migração como movimento dentro de um espaço geográfico de forma temporária ou permanente. Pode ser caracterizado como fluxo de entrada (imigração) ou saída (emigração) de indivíduos em busca de melhores condições de vida. Por motivos econômicos, religiosos, políticos, culturais ou até mesmo ambientais, pessoas abandonam suas raízes rumo ao incerto. Em muitos casos é a única alternativa. Em situações extremas, as condições são tão precárias que abandonar tudo é menos pior do que permanecer.
Fonte: http://www.cidadaocultura.com.br/migracao-e-relacionamentos/
Quanto à tipologia é possível classificar entre migrações internacionais e internas. No primeiro tipo há o deslocamento de um país para outro dividindo-se em: (a) imigração - entrada de indivíduos ou grupos em outro país; (b) emigração - saída de indivíduos ou grupos de seu país de origem configurando-se no oposto do conceito referente ao imigrante. Portanto, é possível notar que a diferença entre ambos está no ponto de vista de quem os vê. Controle e fiscalização são necessários, mas não se pode esquecer as próprias origens e perder a essência humana. Nem sempre o mais fácil é o melhor a se fazer. Quem nunca precisou de uma mão estendida para ter uma oportunidade de se levantar?
A xenofobia (aversão a indivíduos ou coisas estrangeiras) também é um fator que paira sob o olhar de cada indivíduo, sobretudo em tempos de protecionismo, nacionalismo e extremismo. A xenofobia é caracteriza pela deficiência de empatia em se colocar no lugar do outro gerando preconceito por meio de uma visão puritana de superioridade. No fundo, são todos feitos de carne, osso e sangue que nasceram e morrerão independentemente de crença, etnia, classe social ou cor. Assim sendo, se faz necessário limpar as próprias lentes com frequência.
Fonte: https://www.institutoliberal.org.br/blog/migracao-cultura-e-o-principio-da-presuncao-de-inocencia/
Sobre as migrações internas é possível classificá-las em: (a) êxodo rural - deslocamento do campo para a cidade; (b) êxodo urbano - deslocamento da cidade para o campo; (c) urbana-urbana - deslocamento de indivíduos de uma cidade para outra (zonas urbanas); (d) pendular - tipicamente de regiões metropolitanas e grandes perímetros urbanos no qual a pessoa se desloca de sua cidade de origem para outra cidade por motivos de trabalho ou estudo, retornando à cidade de origem ao final do dia (cidade dormitório); (e) sazonal - caracterizada quando o migrante sai de sua cidade em determinado período do ano (geralmente ligada às estações) retornando posteriormente.
A indiferença é uma situação recorrente na atualidade. É mais fácil fechar a porta do que estender as mãos. Ninguém quer admitir o sangue nativo do indígena, a descendência africana, a miscigenação comum. Querem ser os americanos que desprezam aqueles que constroem os prédios, que limpam as ruas, que faxinam as casas, que lustram os sapatos, que cuidam dos bebês, que mobilizam militares para combater civis desarmados, que iniciam uma guerra comercial. Querem ser os europeus que fecham as fronteiras depois de dividirem o mundo, explorar recursos, subjugar povos moldando-os de acordo com a sua própria lente eurocentrista. A cultura é o que somos de fato.
Fonte: http://www.comciencia.br/origem-e-destino-migrantes-sofrem-violencia-em-todas-as-pontas-da-jornada/
É o filho que parte para estudar, o pai que sai em busca de um emprego, a família que foge das bombas, o bairro que some devido à lama de uma barragem que se rompe. É o indivíduo que corre da seca, da estiagem, do frio extremo, da miséria. É o deslocamento por um sonho ou simplesmente esperança por dias melhores. É a procura por abrigo, um lugar seguro, talvez apenas um abraço que afaste a violência e a insegurança. É a oportunidade de trabalho, uma chance de sobreviver. É o deslocamento do medo, muitas vezes involuntário, sem destino certo. São os olhares indiscretos da vizinhança, os irmãos separados na fronteira, a mãe que só deseja um lugar melhor em meio ao caos da guerra. É a família que permanece unida orando em um campo de refugiados.
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