quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Reflexão sobre o carnaval

Seja bem-vindo fevereiro! Todo ano é a mesma coisa: mal passa o natal e já se fala em carnaval. Assim segue até começar março. Faça sol ou faça chuva, são mais de dois meses com doses constantes de carnaval seja na internet, na televisão ou no jornal. Lá estão as fantasias, as mesmas marchinhas, os desfiles luxuosos. O confete se mistura à pizza. O que não é compreensível é o motivo da ira de alguns brasileiros quando estrangeiros associam a imagem do povo brasileiro com tais elementos. Afinal, esta não é a identidade cultural nacional? 

"Cabeça dinossauro, pança de mamute, espírito de porco". Do mesmo modo que o Brasil se inspira nos antigos romanos referente ao espírito das leis, também o faz na política do pão e circo. Dê alimento, bebida e um bom espetáculo para que os cidadãos estejam felizes e entretidos. Entretenha-se. O problema não é o carnaval em si, pois serve até de válvula de escape para o trabalhador que merece diversão e descanso. A questão é ficar nessa alienação por, praticamente, mais de dois meses. Não à toa diz o ditado que o ano só começa de fato no Brasil depois do carnaval. 

É o cliente que posterga tomadas de decisões importantes de início de ano para depois da folia, é o fornecedor que só atende em sua plenitude após o dia de cinzas. Basta ver o Congresso Nacional às moscas nessa época. Tudo em prol do turismo e do saldo positivo na balança comercial. Será mesmo caro leitor? E assim a taxa de desemprego continua em alta, mesmo em pleno período de festas que é o ápice de contratações no comércio (natal, ano novo e carnaval), seja trabalho formal ou informal.

Para não dizerem que não falei das flores, elejo aqui a deputada Cristiane Brasil (filha do nobre Roberto Jefferson que já esteve envolvido em atos de corrupção) como rainha de bateria e musa do carnaval 2018. Afinal, só o Temer mesmo para indicar uma condenada pela justiça do trabalho para assumir o ministério do trabalho. Nada como começar o carnaval rebatendo os críticos dentro de um iate acompanhada de quatro amigos em ritmo de festa. O motivo: angariar o apoio do PTB para a votação da reforma da previdência. O que ganharemos com isso: nada (assim como as outras reformas que prometiam mundos e fundos, mas que não se concretizaram). Eles cometem os erros, desvios e exageros nos gastos públicos, mas no final é a população que paga (literalmente).

Fonte: http://barrosoemdia.com.br/vem-carnaval/

Como encerramento deixo aqui o hit do verão e deste carnaval da Legião Urbana para celebrarmos a pátria amada!

"Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos covardes
Estupradores e ladrões

Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação

Celebrar a juventude sem escola, as crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro é feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos

Comemorar a água podre e todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo, nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir, não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal

Vamos cantar juntos o hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão

Vamos festejar a inveja
A intolerância, a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror de tudo isso
Com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que podemos celebrar
A estupidez de quem cantou essa canção (...)".

Perfeição (Legião Urbana).


quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Reflexão sobre a condenação do Lula

Alguns amigos pediram a minha opinião referente à condenação do ex-presidente. Sendo assim, adiarei o tema que havia planejado para refletir sobre a condenação em segunda instância do Lula. Na verdade, não há muito mais a ser dito: trata-se de um político que fora julgado e condenado. Desse modo, o processo deve seguir pelas vias legais onde agora cabem pouquíssimos recursos à defesa do mesmo devido à unanimidade do TRF4 não somente sobre a confirmação da condenação, mas também pelo aumento da pena, agora estipulada em doze anos. 

Simples assim: houveram denúncias, existem provas; contra fatos e dados não existem argumentos. Provavelmente o ex-presidente ficará inelegível para as eleições deste ano, além de correr sério risco de ser preso. A grande repercussão do caso é compreensível pelo destaque da figura dentro do cenário político nacional há pelo menos trinta anos, mas não há nenhuma novidade em jogo. Os recursos estão indo pelo caminho já previsto e se não houver uma mudança radical assim continuará. Duro é não ter diploma para cela especial...enfim. O que chama a atenção no caso em si são três fatores distintos da condenação: a celeridade no processo devido às eleições, o futuro do partido e a euforia popular. Vamos por partes.

Fonte: https://www.opovo.com.br/divirtase/2017/05/internautas-criam-memes-com-depoimento-de-lula-a-moro.html

Sobre a celeridade no processo há de se destacar dois lados da moeda: (a) o fator positivo em verificar que a justiça é capaz de trabalhar de modo rápido e eficaz (quando convém), e assim o fez muito devido ao fato do então acusado ser um dos principais nomes para a cadeira presidencial nas eleições deste ano; faz-se de interesse público que os candidatos estejam de acordo com a justiça para ocuparem cargos eletivos; (b) o fator preocupante é tal celeridade processual ser pontual e restrita, não atingindo os demais candidatos a cargos públicos eletivos que aí estão, com denúncias e processos, não só almejando a presidência, mas também o Congresso Nacional e as cadeiras de governadores. 

Como exemplo para embasar a afirmação acima basta recordar do impedimento da ex-presidente Dilma: foi muito bonito e comovente toda a mobilização feita; pena que o impedimento restringiu-se ali, deixando nomes como Temer, Jucá, Moreira Franco, Sarney, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Renan Calheiros e tantos outros livres para voltarem a seus redutos e concorrerem novamente para as eleições de 2018. Um verdadeiro teatro de vampiros. O atual presidente Michel Temer inclusive limitou gastos destinados à educação e saúde para os próximos vinte anos, mas comprou o voto de diversos congressistas para afastar de si o impedimento e provável condenação posterior. Garotinho, Rosinha Matheus, Eike, Jacob Barata Filho, Adriana Ancelmo, Jorge Picciani e tantos outros estão aí para alertar e provar que mesmo uma eventual condenação pode terminar em pizza.

Calma tio Lula - meme
Fonte: https://pt.memedroid.com/memes/detail/1864417

Já o PT provavelmente deve estar passando por dias confusos e de incerteza. O Lula foi e ainda é a personificação de tal partido desde a sua fundação. Ter o seu maior ícone em tamanho embaraço faz do futuro próximo um completo desconhecido. Não só isso: há também a crise de identidade e até mesmo existencial. Ficar ou ir, lançar outro nome ou boicotar as eleições? Estes são tais dilemas que os petistas terão que enfrentar nos próximos dias. Aliados antigos como PDT e PCdoB já sinalizam candidaturas próprias. O lulismo é um verdadeiro organismo vivo dentro do próprio partido e agora eles terão que conviver pela primeira vez em décadas sem o seu principal líder. Tal fato só tende a fragmentar a centro-esquerda brasileira ou, se preferir, a chamada social-democracia nacional.

Sobre a euforia do povo não há muito o que dizer: nada como um carnaval antecipado não é mesmo caro leitor? Os três votos no julgamento foram encarados como três gols em final de campeonato e lá estão os nacionalistas com a camisa da CBF no peito comemorando uma pátria limpa e honesta. Doce ilusão. Não custa nada sonhar não é mesmo? Se o problema brasileiro fosse apenas uma pessoa ou um partido realmente estaríamos bem. O preocupante é que o povo brasileiro continua procurando heróis e vilões, esquecendo-se que tanto a história quanto a política são feitas de pessoas. 

Sergio Moro e Aécio Neves
Fonte: https://www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/moro-e-aecio-uma-foto-para-a-historia

Não precisamos de um novo herói, mas sim de uma pessoa séria e competente. Enquanto isso não ocorrer continuamos no risco de criar paradoxos na realidade. É fato que a candidatura do Lula agora torna-se praticamente ficção, o que é bom, já é um começo. Mas deve haver uma limpeza geral dos corruptos, reformulação partidária e até sistêmica. Dificilmente isso acontecerá até outubro e os nomes que restam também causam desconforto e incerteza quanto a uma melhora factual do país. Gostaria de soluções simplistas, mas a complexidade do caso exige bem mais do que condenações pontuais. Enquanto isso, a esperança continua...

sábado, 13 de janeiro de 2018

Reflexão sobre o capital

Meia-noite: os cães ladram enquanto sirenes quebram o silêncio da madrugada. Mais uma casa invadida, mais um carro roubado. Não é à toa que os números de furtos e roubos aumentaram na região de Sorocaba segundo reportagem do Cruzeiro do Sul referente a 2017 (dados oriundos da SSP - Secretaria de Segurança Pública). Meio-dia: trabalhadores em casa enquanto os lobos almoçam nos melhores restaurantes (margem de lucro maior com a retirada de direitos alheios). Notícia da semana na Uol: agência Standard & Poor´s rebaixa novamente a nota do Brasil (sinal de incerteza e descrédito - estes fundamentais para investidores). Ué, mas a culpa não era só do governo anterior? E as reformas? A mídia em geral divulgou que nunca houve tanta corrupção como agora. Cadê os panelaços? Não adianta dizer que é coisa do passado: a sociedade é dividida por classes e movida por castas. God save the capital!

Se antigamente a tirania dava-se pelo poder de poucos, hoje não é diferente. Tem-se a concentração de dinheiro nas mãos de poucos, verdadeiros déspotas da atualidade. Segundo Robert Dahl, poder é a capacidade de influenciar alguém a fazer algo que, de outro modo, não faria. Então disseram os capitalistas: "façam-se as leis (conforme nossos interesses)". Segundo Max Weber, o sistema capitalista precisa da devoção à vocação para fazer dinheiro. Os capitalistas gritaram: "faça-se o consumo (exacerbado)". E assim os reais interesses (ou segundas intenções) escondem-se nas entrelinhas. A legalidade é o uso da força (seja de direito, seja de fato) cujo objetivo é manter e/ou aumentar os privilégios da classe dominante. Basta abrir a janela para constatar tal realidade.

Fonte: http://coletivolute.org/2017/05/o-capital-como-relacao-social-de-producao.html

A defesa do trabalho livre legitima o capitalismo a explorar o trabalho por meio de obrigações e submissões. Há uma nítida diferença entre vender para comprar (subsistência) e comprar para vender (investimento objetivando o lucro). A utilidade passa a ir além do sustento e do necessário (para quem pode). Não se trata de coitados e favorecidos (pois a unanimidade plena é alienação); apenas as coisas como elas são. Mas quem é essa elite que usurpa o poder? Segundo Marx, os capitalistas são os possuidores de certa quantia de dinheiro que lhe permite explorar o maior número possível de trabalhadores para desobrigar a si mesmo a qualquer tipo de trabalho (intelectual e, sobretudo, manual). Ou seja, o sonho americano patrocinado há décadas pelos estadunidenses. Ou, se preferir, "A América para os americanos", conforme Donald Trump. 

A confusão se faz nas categorias intermediárias, onde o assalariado continua assalariado, mas perde sua identidade, como em cargos administrativos e técnico-especializados. Desse modo, os capitalistas disseram: "faça-se a classe média". Os mesmos defendem o interesse e vigilância daquele que o contrata (conforme a lógica atual, nada mais justo não é mesmo caro leitor?). Já diziam os ídolos dos capitalistas atuais (Taylor, Fayol, Ford): a divisão do trabalho faz-se necessário para aperfeiçoamentos nos processos, ganhos produtivos, fracionamento do conhecimento e (obviamente) aumento nos lucros. Será que tais conceitos continuam tão antigos ou ultrapassados assim? 

Fonte: https://www.ocafezinho.com/2016/06/02/fagnani-reforma-da-previdencia-visa-atacar-os-trabalhadores-e-favorecer-o-capital/

Estabelece-se a hierarquia salarial cujo atingimento do ápice da pirâmide será somente para os que seguirem exatamente as regras dos dominantes (ou os que nascerem em berço de ouro). Portanto, é correto dizer que a classe média está entre a burguesia e proletariado, conforme Marx. O problema em questão nos dias de hoje é a crise e a consequente redução da classe média. A pergunta é para onde eles irão, tendo-se em vista que houve um aumento considerável no número da pobreza no Brasil nos últimos anos. Os de cima não querem ceder espaço e largar o osso; afinal, historicamente uma classe não abdica do trono. Resta a porta dos fundos.

Mercadorias humanas da própria humanidade. Exagero? Basta irmos à definição: mercadoria = objeto não consumido por quem o produz, sendo posto à venda ou troca. Vende-se a mão de obra, aluga-se as ferramentas das mãos. Mas tudo isso livremente caro leitor, a Constituição nos garante. Inclusive, a tentativa de flexibilização pelo governo Temer na fiscalização de condições análogas à escravidão estava sendo tecida dentro da lei (dos homens). A disputa entre empregador e trabalhador passou a ser trabalhador contra trabalhador. Nada fora da curva, pois de acordo com a lei do mercado há um equilíbrio entre demanda e oferta, não é isso? O ponto de partida é a acumulação prévia: centralização e concentração. 

Mais dados para que você se mantenha atualizado caro leitor: segundo o IBGE, a chance de um filho de classe A continuar nela é catorze vezes maior do que um pobre ascender; 25% da população brasileira (mais de 50 milhões de pessoas) vivem na pobreza. Isso não quer dizer que os mesmos não conseguirão chegar lá e viver o sonho americano, mas o caminho será mais tortuoso e demorado (se chegar). São apenas vidas não é mesmo? A formação de um exército industrial de reserva é útil para o capitalista, pois significa matéria humana sempre disponível e explorável. Por isso não investir em educação, por isso não reduzir a desigualdade. O abismo só aumenta. Por isso incentivar o aumento contínuo da população: mão-de-obra barata e abundante. 

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx#/media/File:Karl_Marx_001.jpg

Vale ressaltar que os verdadeiros capitalistas são os grandes empresários, proprietários de grandes latifúndios, donos de multinacionais e não aquele trabalhador que tem o seu pequeno comércio na esquina, uma pequena porção de terra para a agricultura, o autônomo ou MEI. Os grandes capitais derrotam os pequenos por meio da concorrência, seja por meio de fusões ou da simples competição dos preços, levando o elo mais fraco à falência. Assim surgem os cartéis, oligopólios, monopólios, etc. Assim também nasce a corrupção, o clientelismo, o nepotismo...tudo está interligado. Quem tem tem, quem não tem não tem. Basta se encaixar em uma das partes. Vale destacar o aspecto geral; afinal, como todas as leis da vida, aqui também existem exceções. 

Para encerrar deixo aqui uma frase daquele barbudo cujas ideias permanecem presentes e influenciando muita gente (incomodando a tantos outros), mesmo todos sabendo que suas máximas são reflexivas e não verdades absolutas: "O capital veio ao mundo suando sangue e lama por todos os seus poros", Karl Marx.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Reflexão sobre o ato da escolha do candidato pelo eleitor

Feliz 2018 terráqueos. Neste ano novo podemos destacar dois eventos sazonais de grande importância para o povo brasileiro: (a) copa do mundo de futebol; (b) eleições em âmbito estadual e federal. Como futebol não é o foco neste blog (apesar de sua relevância social), trataremos sobre política e eleições. O voto é uma característica das democracias (poder do povo para o povo) cujo objetivo é obter a máxima participação dos cidadãos para com a república (coisa pública). O que quero aqui, neste ano, é tentar achar uma resposta plausível para a seguinte pergunta: como votar bem, escolhendo bons candidatos e partidos, em um contexto de apatia e conflitos sociais dentro da oligarquia política brasileira?

Segundo Montesquieu no livro "Do Espírito das Leis", as repúblicas acabam pelo luxo. Tal reflexão é facilmente constatada na realidade nacional com exemplos de corrupção como os casos Odebrecht, JBS e tantos outros espalhados por municípios e estados (basta ver a situação atual do Rio de Janeiro). Portanto, aqui já temos uma problemática: o sistema capitalista é corruptor e corrompido dentro das próprias regras criadas pela "República Democrática de direito". Mesmo assim, a Constituição brasileira obriga os cidadãos ao voto. Então, é necessário encontrar alternativas para a dissolução do status quo existente. 

Neste momento é preciso deixar bem claro que não devemos dissociar candidatos de partidos porque apesar de votarmos em alguém (um candidato), a cadeira pertence ao partido. Não há como se candidatar no Brasil de forma independente, sem pertencer ao partido, este é um fato, mesmo que não concordemos. Sendo assim, não é suficiente analisar apenas o candidato ou apenas o partido. A busca por informação ainda é a melhor forma de analisar o histórico de ambos. Uma boa ferramenta de pesquisa são os sites de busca como o Google. Vale ressaltar que é preciso procurar mais de uma fonte e tomar cuidado com as notícias criadas sem fundamento, amplamente divulgadas e compartilhadas nas redes sociais sem o menor critério (as chamadas fake news).

Fonte: http://www.discrepantes.com.br/2017/05/17/eleicoes-petros-2017-informacoes/

Não adiante postergar a pesquisa e tomada de decisão para setembro. Desde agora é preciso que o eleitor esteja atento às notícias. O melhor voto não cairá do céu, é preciso correr atrás das informações e refletir para tomar uma decisão assertiva (como tudo na vida). Uma fonte para pesquisa é o site "http://www2.camara.leg.br/da Câmara Federal. Nele é possível realizar filtros por deputados, projetos de lei, comissões, questões orçamentária, entre outros. Trata-se de uma fonte rica de informações. Outra opção é o site do Senado Federal (sendo possível realizar filtros e obter informações factuais do mesmo modo do site da Câmara dos Deputados indicado acima): "https://www12.senado.leg.br/hpsenado".

É dever do eleitor se empenhar na escolha do seu voto e assim realizar o seu papel dentro da cidadania. Efeitos manadas impulsionados por informações divulgadas pelas mídias devem ser evitados. Vale lembrar que mesmo nos meios de comunicação não há imparcialidade; ou seja, cada um conta uma notícia de acordo com o seu ponto de vista e interesse. Daí surge a importância de consultar mais de uma fonte. Outra importante fonte de consulta é a lista de candidatos ficha suja / ficha limpa por meio de sites de movimentos que monitoram os candidatos ou mesmo por meio do TSE. Neles é possível realizar filtros por região, cargos, etc, facilitando a pesquisa. Segue um exemplo para auxiliá-lo: "http://www.movimentofichalimpa.com.br/lista-de-politicos/".

Imagem da urna eletrônica com a bandeira do Brasil atrás.
Fonte: http://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-4-ano-3/voto-nulo-e-novas-eleicoes

Outras alternativas são consultas em redes dos próprios candidatos e dos partidos. Assim o eleitor tem acesso às ideias defendidas, propostas e plataformas de governo. Conhecer a agenda do partido e do candidato é fundamental para saber se as ideias estão alinhadas com a necessidade da população. Mais do que isso: não basta analisar propostas, é preciso verificar a procedência dos recursos para a realização de tais políticas públicas. Recursos financeiros são limitadores de ações e gestão pública, por isso é importante que candidatos e partidos especifiquem de onde virá o dinheiro. Não são poucos os casos de promessas vagas e agendas mirabolantes que posteriormente não se concretizam. 

O brasileiro está entre os grandes usuários mundiais da web. Partindo desse fato, gastar alguns minutos por dia para se informar sobre assuntos políticos deve ser encarado como investimento e não como tempo perdido; afinal, trata-se do futuro de todos. As proposições dos candidatos devem conter uma problemática, argumentos conforme a visão do mesmo e respectivas alternativas para a solução (ou mitigação) de determinado problema. A política deve ser encarada como uma vocação e não como um meio de obtenção de vantagens, status e recursos. Identificar o melhor candidato não é uma missão fácil, mas é um dever dos cidadãos para contribuir com a sociedade atual e para com as gerações futuras (mesmo dentro dos defeitos e limitações do sistema eleitoral, partidário e econômico).