domingo, 28 de outubro de 2018

Reflexão sobre os resultados do 2° turno

As urnas decretaram o fim do 2° turno e a relação dos eleitos agora está completa. É possível ouvir nas ruas os fogos de artifício, os tiros de apoio e as buzinas como se fosse a final de um campeonato ou mesmo final do ano. As escolhas foram feitas e a partir do ano que vem os caminhos serão percorridos. Muitos comemoram como se fosse uma vitória, mas ainda não há troféus ou dados concretos a serem celebrados. Trata-se apenas do "pré-jogo" e de nada valerá o carnaval eleitoral de agora se os eleitos não andarem para a frente. É preciso saber vencer e governar do mesmo modo que é preciso saber perder e fazer oposição, independentemente da cor da bandeira em prol do bem coletivo.

Sem grandes novidades, o Brasil elegeu Jair Bolsonaro do PSL (Partido Social Liberal) como presidente com 55,13% dos votos válidos enquanto que o estado de São Paulo elegeu João Doria do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) como governador com 51,75%. Os números apontam que ambos não obtiveram uma larga vantagem com relação aos seus concorrentes, o que significa que terão de mostrar trabalho para superar as rejeições e conseguirem o mínimo de autonomia para a governabilidade. Parte da apatia pode ser notada pelos não votos para a cadeira presidencial com 21,30% de ausentes, 7,43% de votos nulo e 2,14% de votos em branco.

Ilustração de duas pessoas pintando muro vermelho de azul
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45757856

Em Minas, Romeu Zema do NOVO obteve 71,80% e no Rio de Janeiro Wilson Witzel do PSC (Partido Social Cristão) conquistou 59,87% dos votos, sendo estes dois as grandes surpresas do 1° turno que se consolidaram. A euforia de quem votou nos eleitos contrasta com a melancolia de quem se sente desamparado no momento. O veredito da população foi dado dentro do determinismo característico do sistema eleitoral e político brasileiro. No final das contas, os eleitos se beneficiaram mais pelo fracasso e rejeição de seus opositores do que por méritos próprios, pois sobraram acusações e faltaram propostas. Por enquanto não há motivos nem para alardes nem para comemorações.

O que passou é passado e agora resta ao país inteiro aguardar os desdobramentos das escolhas feitas. Muitas pessoas colocaram a mão no fogo por candidatos e/ou partidos que agora foram eleitos; portanto, os mesmos devem se prevenir para não queimarem as mãos e a língua. Em um ambiente polarizado a exacerbação é eminente e se faz presente desde as redes sociais até mesmo no seio familiar. Não deixa de ser um passo no escuro sem saber se o que está à frente é terra firme e próspera ou o início de um precipício. É necessário resistir ao menor sinal de retrocesso, sobretudo com relação aos valores humanos.

Resultado de imagem para eleições 2018
Fonte: https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/album/2018/10/28/eleicoes-2018-veja-a-votacao-do-segundo-turno-pelo-brasil.htm#fotoNav=1

Os cidadãos clamaram por renovação. O slogan que muitos repetiram foi "mudança já". Mas, na frieza dos resultados, não há grandes novidades. O futuro presidente do Brasil é um deputado de carreira por praticamente três décadas, sendo que os mesmos que votaram nele em âmbito federal votaram também no partido que governa o estado de São Paulo desde 1995 (24 anos de hegemonia tucana). Logo, o discurso do "novo" fica comprometido ao analisar os números que apontam mais do mesmo. É a festa do antipetismo. Vale lembrar que a vida do cidadão é pautada pelas decisões dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) nos três entes federativos (municipal, estadual e federal). Portanto, acreditar na culpa isolada de uma pessoa e/ou partido é pura ilusão.

O PSL é sem dúvidas o grande destaque no geral das eleições de 2018 tanto no executivo quanto no legislativo, sobretudo devido ao sentimento contrário ao establishment brasileiro. Mesmo assim ainda não é possível afirmar que o status quo foi alterado. O PT (Partido dos Trabalhadores) manteve-se forte no legislativo nacional e no executivo nordestino, mas precisa de novas lideranças. Já para o PSDB a salvação foram os governos do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo, mesmo assim com grandes dificuldades (com exceção do Paraná). O MDB (Movimento Democrático Brasileiro) sai enfraquecido em 2018. Nitidamente os partidos tradicionais precisam se reinventar. Não à toa houve a ascensão de partidos como PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e NOVO em menor escala, além do já mencionado PSL.

Presidenciáveis - Com Fernando Haddad
Fonte: https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,resumo-das-eleicoes-2018-bolsonaro-sobe-para-26-em-pesquisa-ibope-e-haddad-candidato,70002497835

Obviamente que a cada ciclo espera-se melhoras, evolução, progresso. É natural do ser humano querer mais. Todavia, tanto entusiasmo inicial pode se transformar em decepção daqui quatro anos. O psicólogo Erik Erikson já dizia no século passado que a esperança é a virtude primordial e indispensável na condição de estar vivo. Sendo assim, é necessário manter os pés no chão para não se perder. Promessas são doces e fáceis, mas atos geralmente são difíceis e amargos, pois é impossível agradar a todos. Em linhas gerais, não tem como ter muito mais do que se tem sem tirar algo do próximo. Esse é um grande desafio para qualquer gestor público, diferentemente do que acontece no setor privado.

Por enquanto o Brasil ainda não é a Itália fascista de Mussolini, nem a ditadura venezuelana de Maduro. Atualmente somos o que sempre fomos desde o fim do período imperial: os Estados Unidos da América do Sul, uma cópia barata dos EUA. Se eles tiveram o primeiro negro como presidente nós tentamos imitar com a primeira mulher. Se eles possuem um demagogo protecionista como presidente, nós acabamos de eleger o nosso. Se eles podem usar armas livremente e mensalmente terem assassinatos em escolas e igrejas, nós também desejamos isso. Se eles estão polarizados entre democratas e republicanos, nós também queremos a nossa própria rachadura.

Fonte: https://www.tecmundo.com.br/internet/133923-15-dias-redes-sociais-faturaram-r-2-milhoes-eleicoes-2018.htm

Estados Unidos da América do Sul ou simplesmente Brasil se preferir. Igual ao que fomos desde a independência: sem autonomia, sem identidade própria, apenas a tentativa de uma cópia geralmente piorada. Inclusive o nome desta nação já foi Estados Unidos do Brasil. Dependência e admiração que só aumentam com o tempo, mesmo quando os próprios estadunidenses não dão muita bola para os tupiniquins que aqui habitam. Pena não termos as bandas de rock de lá como o Pearl Jam. Afinal, o inglês já é a língua estrangeira presente em nossas grades curriculares. Daí para transformá-la em idioma oficial é só um passo, ainda mais em um mundo globalizado. Como diria Cazuza: "eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades. O tempo não para".

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Reflexão sobre o Leviatã brasileiro

As pessoas precisam de algo para acreditar, alguém em quem confiar, mesmo racionalmente sabendo que dificilmente suas expectativas serão atendidas. Um protetor, um salvador, um patriota, um ditador, um guerreiro, um profeta: não importa a nomenclatura ou crença, desde que suas projeções sejam minimamente atendidas. Cobertos de uma moralidade não praticante, palavras são tão perigosas quanto atos. Em momentos de incertezas e instabilidade global, o objetivo é a própria sobrevivência por meio da segurança. Qual segurança? Econômica, social, política, familiar, individual? Todas as fichas em quem acabar com todo e qualquer crime, independentemente se isso tenha um alto custo. Ganhos e perdas, conforme manda a vulnerabilidade.

Segundo a mitologia, Leviatã é um monstro marinho primitivo mencionado na Bíblia. Criatura aterrorizante, de grandes proporções representando o medo, o caos, o pecado. Evitá-lo era necessário para qualquer navegante na antiguidade. Somos os navegantes pós-modernos e o Leviatã é o monstro que assola o território nacional. É a violência que derrama sangue pelas ruas e faz com que a demanda por segurança seja fator determinante, mesmo que para isso qualquer coisa seja válida. É quando a emoção negativa vence a razão. Um novo carnaval a cada quatro anos com poucas boas opções e más escolhas para governantes, seja no âmbito municipal, estadual ou nacional. A oligarquia brasileira teima em não ser poliarquia, do mesmo modo que a poliarquia europeia teima em não ser democracia.

Fonte: https://www.periodicovas.com/la-otra-historia-de-buenos-aires-35/

Para Thomas Hobbes, os seres humanos são egoístas por natureza e para combater a violência inerente à humanidade seria necessário um contrato social entre as pessoas para a criação de um Estado poderoso e absolutista, denominado por ele de Leviatã. Em seu livro escrito em 1651, o Leviatã político é necessário para a manutenção da ordem (discurso de tão antigo que soa recente). Assim sendo, a sociedade deveria abrir mão de sua liberdade e igualdade para a construção de um ente acima de tudo e de todos. 

No Leviatã de Hobbes, o primordial para o Estado é o provimento de segurança. O Estado, para ele, deveria ser forte, intenso, agressivo, influenciador, dominante de tal modo que punisse severamente qualquer desvio, mantendo assim a segurança. É necessário refletir aqui que a defesa por segurança representa muitas vezes a ação da violência ou mesmo a guerra em questões referentes às relações internacionais. Portanto, a suposta manutenção da ordem não é sinônimo de paz. O objetivo primeiro do contrato social seria a constituição de um soberano com plenos poderes, superior aos demais, pois assim este poderia comandar a todos sem a intervenção da sociedade e de outros poderes que poderiam causar algum tipo de inconveniência e levar ao caos.

The poulp brandished the victim like a feather
Fonte: https://www.oldbookillustrations.com/illustrations/victim-feather/

Poder centralizado, ausência de legislativo, ausência de judiciário, falta de participação ativa da população; discurso muito familiar. Falta contrapontos para equilibrar um sistema prestes a falir. Segundo o psicólogo Stanley Milgram, os humanos são socializados para serem obedientes, obrigados a acatar os comandos de uma figura autoritária, mesmo quando entram em conflito com valores morais. Consequentemente, as pessoas agem conforme as ordens que recebem, mantendo as relações autoritárias. Em alusão ao pensamento de Zygmunt Bauman, tais personagens trocam florestas por jardins para possuírem total controle sobre as flores, agindo como verdadeiros jardineiros na escolha de quem deve morrer e quem devem receber a luz do sol.

Obviamente que a sociedade brasileira anseia por segurança e paz, mas focar na primazia coercitiva do Estado para punir violência com violência sem qualquer ação preventiva e de inteligência demonstra apenas falácia. No âmbito administrativo existem planos emergenciais (corretivos) e planos a longo prazo (preventivos). Chumbo trocado em nome de Deus não parece ser a melhor alternativa tanto na esfera política quanto religiosa. Em tempos cujos cidadãos são movidos pela angústia o resultado futuro é imprevisível.


Fonte: http://www.filosofianaescola.com.br/2012/05/leviata-videoanimacao.html

O Leviatã representa a dominação em vez do governo. O antipolítico não quer fiscalização, leis, controles ou qualquer outra forma de monitoramento. É o velho disfarçado de novo, o lobo em pele de cordeiro. Vencer se tornou mais importante do que propriamente governar. Falta um cobertor que cubra todos os filhos da nação em dias difíceis e frios porque até agora só é perceptível a separação. Irmãos que matam irmãos em um ciclo sem fim. Ao invés de união usam armas como solução. Seja como for, parece que o Brasil (sempre tido como o país do futuro) gastou a sua cota do amanhã possuindo apenas uma frágil reserva escassa.

Relações gastas, sem confiança ou empatia. O Leviatã são os outros ou nós mesmos? A sociedade cada vez mais terceirizou os seus problemas jogando tudo para o Estado e para Deus. A crise só reforçou a liquidez presente em que falta forma. Cada um por si contra todos, defendendo os próprios interesses. Falam em consenso da opinião pública. Quão pública que não passa da somatória de interesses individuais? Qual consenso ou opinião se nem debate tem? Apenas uma forte propaganda para as massas e ataques. O brasileiro passou a ser refém das próprias práticas, mais consumidores do que produtores. Uma verdadeira Torre de Babel em que cada um fala uma língua, idiomas diferentes dentro da própria casa. Quem vai comprar? Quem vai pagar a conta?

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Reflexão sobre os resultados do 1° turno

Fim do primeiro tempo e o desenho do jogo político brasileiro já se define. Em uma eleição marcada pela desidratação do PSDB e MDB, o PSL sai como a grande novidade diante dos anseios de uma população que há anos clama por renovação. A divergência prevaleceu diante da união. A polarização entre azuis e vermelhos permanece: de um lado do ringue tem o petismo que há décadas protagoniza a centro-esquerda e do outro o tradicional ódio anti-petista, dessa vez representado pelo PSL (substituindo o PSDB). Uma eleição de ressentimento e medo. A questão é verificar como tais mudanças se comportarão quando os mandatos se iniciarem em 2019. 

Começando pelo cargo de maior visibilidade no país, a cadeira presidencial ainda não está definida, mas tende a Jair Bolsonaro. Caso o mesmo mantenha a mesma votação no segundo turno precisará de apenas mais 4% dos votos válidos. Portanto, está a um Alckmin de distância da faixa presidencial. Tendo-se em vista que o seu eleitor está cristalizado e que historicamente o líder do primeiro turno sai como vencedor também do segundo, então a probabilidade de uma reversão no quadro é possível, mas a vantagem é de quem venceu a primeira rodada. Em um exemplo simplista é como se Bolsonaro vencesse o primeiro jogo da final necessitando apenas de um empate para levar a faixa.

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Fonte: https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/eleicoes-2018-datas.ghtml

Os dois candidatos que vão para o segundo turno representam a intenção de 3/4 dos eleitores brasileiros. É preciso respeitar o resultado. O fato é que qualquer um que avance encontrará dificuldade para governar tanto pela situação econômica quanto pelo impasse político diante da necessidade de tomada de decisões importantes e por vezes impopulares. Adiciona-se ao pacote o alto índice de rejeição de ambos. De certa forma não deixa de ser um segundo turno de escolha do menos pior, pois nem sempre quem ganha a batalha vence a guerra. O principal adversário de Haddad é o próprio partido. 

O PSL surfou na onda Bolsonaro obtendo resultados expressivos no Congresso. Na Câmara dos Deputados passou de 1 cadeira em 2014 para 52; no Senado passou de 0 para 4 cadeiras. A ascensão repentina do partido até então nanico assemelha-se ao que ocorreu nas eleições de 1989 quando Collor foi eleito presidente e levou consigo outros membros do PRN, partido de pouca expressão. 

Mesmo assim MDB e PSDB ainda são maioria no Senado com 12 e 8 cadeiras respectivamente. Já o PT será o maior partido na Câmara com 56 deputados eleitos. Articulação política será necessária para a governabilidade. O PP, outro partido atolado em casos de corrupção, manteve-se forte no Congresso com 6 cadeiras no Senado e 37 na Câmara. Todos queriam mudança: mudou, pero no mucho.

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Fonte: https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/eleicoes-2018-datas.ghtml

O PT manteve-se estável, pois o impacto negativo dos casos de desvio de verba e improbidade revelados pela Lava Jato foi sentido nas eleições de 2016. O ônus em 2018 veio para o MDB e PSDB, partidos envolvidos em diversos escândalos de corrupção cujos casos foram publicados amplamente somente depois da exposição petista de 2016. Caciques como Romero Jucá e José Serra mal apareceram no cenário nacional. O próprio Aécio teve que se rebaixar para tentar ser salvo pelo foro privilegiado (estratégia que deu certo). 

Já o PSL quebrou recordes de votação em São Paulo com Eduardo Bolsonaro para federal e Janaina Paschoal para estadual, ambos próximos da casa dos 2 milhões. A insatisfação popular elegeu os dois filhos de Bolsonaro aumentando o patrimônio da família, impulsionou o partido, a eleição de vários militares e também trouxe Alexandre Frota. Na verdade, não existe a necessidade de um golpe militar, pois os mesmos estão voltando ao poder por meio do voto. Desde Marechal Deodoro até o Capitão Nascimento, eles sempre estiveram presentes. O problema está na radicalização, não na eleição em si dos militares. Uma ditadura institucional não seria novidade na América Latina e é preciso lembrar que está sendo feita pelas mãos do povo.

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Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/07/veja-calendario-das-eleicoes-2018.shtml

Metade dos estados já definiram questão em primeiro turno para governador. Destaque para a manutenção do PT no Nordeste e as surpreendentes campanhas de Márcio França em São Paulo e Witzel no Rio de Janeiro levando as disputas para o segundo turno. Menções honrosas de um modo geral para as campanhas do PSOL, PDT, REDE e NOVO que ampliaram os debates e opções sem apelar para o extremismo e/ou baixaria.

Quando o resultado é favorável ninguém questiona as urnas, do mesmo modo quando um time é campeão ninguém reclama do árbitro. O fato da maioria decidir um rumo não significa que esse caminho seja o melhor. O século XX já mostrou que a concordância plena, irrestrita e totalitária é capaz de causar grandes danos. A divergência e diálogo são essenciais para a construção de uma relação saudável. O novo traz convulsão e euforia no primeiro momento, mas as consequências podem ser trágicas. Se mudou para melhor ou pior é uma resposta que virá consolidada no final de 2022. Latino é assim, gosta de emoção em detrimento da razão, deixa tudo para depois, para a última hora, no último capítulo da novela.

A tal da representatividade ficou de lado, talvez para depois. Em um país cuja maioria é pobre, negra e feminina há um certo descompasso com os eleitos e o responsável é o próprio cidadão. Não adianta se iludir: enquanto o sistema estiver assim estruturado não haverá mudanças profundas. Enquanto isso o voto continua obrigatório, as candidaturas continuam atreladas aos partidos, os filhos continuam herdeiros políticos, as reeleições continuam para a manutenção do poder, as filas continuam para a votação em um sistema cujo cidadão elege o senhor que irá comandar o barco pelos próximos anos. Trata-se de uma relação de submissão, desigual e restrita a um determinado período, sem participação e deliberação de fato. Os generais continuam na confortável sala de comando enquanto soldados e militantes morrem nas ruas. Quem quer a paz?